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Impactos socioambientais: como identificá-los e tratá-los?
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Impactos socioambientais: como identificá-los e tratá-los?

Sumário

As empresas precisam identificar os impactos ambientais e sociais relacionados ao seu negócio. Para isso, ter ajuda especializada é fundamental para identificar riscos

De forma bem resumida, podemos definir ‘impactos socioambientais’ como as consequências que atividades humanas ou mesmo fenômenos naturais têm sobre o meio ambiente e a sociedade. E quando falamos de ‘atividades humanas’, estamos nos referindo tanto a ações individuais de cada pessoa como de empresas, corporações e instituições. Assim, indústria, agricultura, mineração, construção, urbanização, tudo isso causa impactos socioambientais, que muitas vezes são o resultado do uso insustentável dos recursos naturais.

Mas, ao contrário do que parece a princípio, os impactos ambientais e sociais também podem ser positivos – embora a primeira ideia que venha à mente é de que se trata de algo sempre negativo. Na verdade, o que define os impactos socioambientais são as suas implicações, para o bem e para o mal, para a qualidade de vida das pessoas e a saúde do planeta. 

Os impactos socioambientais têm relação direta com a promoção do desenvolvimento sustentável. E por essa razão, são parte fundamental para a elaboração da estratégia ESG de uma empresa ou organização. 

Desdobrando os impactos socioambientais

Quando discutimos impactos socioambientais, estamos mergulhando em um tema que abrange aspectos sociais e ambientais de maneira profundamente interconectada.

A parte social desses impactos se refere a todas as consequências que afetam diretamente as comunidades e suas condições de vida. Isso inclui uma variedade de desafios, como o deslocamento forçado de pessoas de suas terras, a perda de meios de subsistência e os problemas de saúde decorrentes da poluição. 

Por outro lado, a parte ambiental está relacionada a mudanças no meio ambiente que têm implicações de longo prazo para a saúde do planeta. Essas mudanças englobam a degradação do solo, o desmatamento, a poluição do ar e da água, a extinção de espécies e as alterações climáticas. 

O que evidencia essa conexão é que  ambos frequentemente se reforçam. Por exemplo, a degradação do solo não prejudica apenas o meio ambiente, mas também a capacidade das comunidades de cultivar alimentos e sustentar suas famílias. Da mesma forma, o desmatamento não representa apenas uma ameaça aos ecossistemas, mas também coloca em risco as comunidades que dependem dessas florestas para sua subsistência.

A compreensão dos impactos socioambientais desempenha um papel vital na busca por um futuro mais sustentável e equitativo. Daí sua importância nos planos de sustentabilidade das empresas e em sua agenda ESG. E para isso, é fundamental contar com especialistas. A Konexio conta com profissionais especializados, que mapeiam os riscos socioambientais das atividades das empresas e identificam oportunidades em toda a sua cadeia de valor.

A importância de monitorar a cadeia de valor

A cadeia de valor de uma empresa é uma representação visual e conceitual das atividades e processos que uma companhia realiza para criar, entregar e sustentar valor para seus clientes. Ela descreve a sequência de atividades que transformam insumos (como matérias-primas, informações e recursos humanos) em produtos ou serviços para os consumidores.

A análise da cadeia de valor é uma ferramenta estratégica que ajuda as empresas a entender onde podem criar eficiências, reduzir custos, melhorar a qualidade e, assim, entregar maior valor aos clientes. 

Obviamente, isso inclui o monitoramento dos impactos socioambientais. Assim, as empresas devem avaliar o impacto ambiental e social de seus fornecedores. Uma cadeia de suprimentos responsável e sustentável é essencial para evitar riscos e melhorar o desempenho ESG.

Cada estágio da cadeia de valor, desde a produção até a distribuição, pode ter impactos socioambientais. Logo, é evidente que a otimização desses processos é vital para melhorar o desempenho ESG da empresa.

A Avaliação do Ciclo de Vida e a identificação de impactos socioambientais

Em outro post, explicamos o papel da matriz de materialidade para identificar os temas mais importantes para o sucesso do negócio de uma empresa, e que o método também considera os impactos ambientais, sociais e de governança da organização. 

Quando se trata especificamente do mapeamento dos impactos socioambientais de uma atividade ou produto, há elementos que precisam ser observados para identificar corretamente os riscos ambientais e sociais, bem como as oportunidades para as empresas. E para identificá-los, também existem metodologias específicas.

Um desses métodos é a Avaliação do Ciclo de Vida (ACV), utilizado para avaliar o impacto ambiental de um produto, processo ou serviço ao longo de todo o seu ciclo de vida, desde a extração de matérias-primas até o seu descarte final. A ACV analisa os recursos naturais consumidos, as emissões de poluentes e os impactos ambientais associados a cada estágio desse ciclo. Enfim, é uma ferramenta poderosa para a tomada de decisões mais sustentáveis e identificar oportunidades de melhoria.

Exemplos de aplicação da Avaliação do Ciclo de Vida:

  • Avaliação de produtos: Determina o impacto ambiental e social de um produto ou bem ao considerar o uso dos recursos naturais para a sua fabricação e sua produção, bem como seu uso durante sua vida útil e sua disposição final.
  • Embalagens: Avalia o impacto de diferentes tipos de embalagens – plástico, vidro, papel – em produtos, considerando desde a produção das embalagens até sua eliminação.
  • Consumo de energia: Compara o impacto ambiental e social de diferentes fontes energéticas, como fontes solar e eólica, gás natural e carvão, ao longo de todo o ciclo de vida, incluindo extração, geração e descarte de resíduos.
  • Produtos eletrônicos: Analisa o ciclo de vida de dispositivos eletrônicos, desde a mineração de metais raros até sua produção, uso e descarte de produtos como smartphones, laptops e outros equipamentos eletrônicos.
  • Alimentos: Determina o impacto ambiental de um alimento, desde seu cultivo ou criação dos ingredientes até a embalagem, distribuição, consumo e descarte de resíduos alimentares.

Portanto, a ACV ajuda a identificar áreas em que a otimização pode reduzir o impacto ambiental e social de um produto ou processo. A avaliação também pode ser usada para tomar decisões sobre escolhas de materiais, métodos de produção, transporte e gestão de resíduos, uso de energia, contribuindo assim para práticas mais sustentáveis.

Como medir os impactos socioambientais?

Os indicadores socioambientais são métricas usadas para medir e avaliar o desempenho de uma empresa, projeto ou atividade em relação a aspectos sociais e ambientais. São usados para quantificar e acompanhar impactos, progresso e conformidade com objetivos relacionados à sustentabilidade, responsabilidade social e ambiental. E ajudam a entender o impacto de ações e, com isso, tomar decisões.

Não há um padrão único ou metodologia universal para indicadores socioambientais, mas várias abordagens e conjuntos de indicadores foram desenvolvidos. Alguns exemplos incluem:

  • Global Reporting Initiative (GRI): O GRI é uma das estruturas mais reconhecidas para relatórios de sustentabilidade. Ele define um conjunto de indicadores para divulgação voluntária de desempenho econômico, social e ambiental.
  • Sistema de Gerenciamento Ambiental ISO 14001: A norma ISO 14001 define indicadores ambientais que ajudam as organizações a medir e melhorar seu desempenho ambiental.
  • Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS): Estabelecidos pela Organização das Nações Unidas (ONU), os ODS incluem indicadores para medir o progresso em direção a metas globais relacionadas à pobreza, saúde, educação, igualdade de gênero, energia limpa e outros tópicos.
  • Índices de Sustentabilidade: Há índices e rankings de sustentabilidade que usam indicadores socioambientais para classificar empresas ou países em termos de seu desempenho em sustentabilidade, como o Dow Jones Sustainability Index.
  • Carbon Disclosure Project (CDP): O CDP coleta dados sobre emissões de carbono e informações relacionadas à sustentabilidade de empresas em todo o mundo, criando indicadores específicos para relatórios.
  • Índice de Desenvolvimento Humano (IDH): Desenvolvido pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), o IDH é um indicador composto que inclui aspectos sociais, como saúde, educação e renda.

A escolha dos indicadores depende dos objetivos específicos de medição e das preocupações da empresa. Geralmente, as empresas e organizações adaptam essas estruturas e metodologias para atender às suas necessidades e contextos específicos, garantindo a relevância dos indicadores para suas operações e estratégias de sustentabilidade.

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